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Vou usar o celular em shows quando quiser. E daí?

Combate Rock

02/10/2017 11h59

Marcelo Moreira

FOTO: WRVU.ORG

A chatice da imposição de regras (para não dizer "cagação") em shows de rock chegou ao auge na quinta-feira, 21 de setembro, no show do Cult, no Allianz Parque. O vocalista Ian Astbury foi mais um pentelho que resolveu implicar com os celulares na plateia.

Irritado em dado momento, reclamou da falta de entusiasmo do público e ironizou as muitas pessoas usando celular para filmar ou para ler mensagens. "Mandei uma mensagem para a minha mãe!", disse o mala.

As questões, neste caso, são bastante simples: eu faço o que quiser no show; e uso o celular como, quando e da forma que eu quiser. Se o show do Cult estivesse interessante e bom, ninguém usaria o celular. Isso, obviamente, não aconteceu no show seguinte, do Who.

Que mania é essa de o artista querer ditar as regras de como as pessoas devem se comportar no show? Desde que não atraplhe os outros, qual é o problema de alguém ficar no celular? Por que o artista não cuida de sua própria vida e trata de fazer um show bom e decente?

Já faz tempo que proliferam nas redes sociais queixas generalizadas de gente que não se conforma com o fato de que muitos espectadores não curtem o show para perder tempo filmando e fotografando. E daí? Eu acho bem esquisito, mas cada faz o que quer. Por que esse tipo de coisa incomoda tanto?

Ian Astbury, cantor do Cult, esqueceu-se de que as mais de 50 mil pessoas que foram ao Allianz Parque queriam ver The Who, e não a sua banda ou ao esforçado Alter Bridge. Fez um show mediano e pouco empolgou o público. Faz parte, né? Noite ruim, acontece…

Assim como ele, muitos chatos não param de  destilar ódio contra as pessoas que usam o celular nas apresentações – assim como contra os supostos torcedores de primeira viagem que hoje enchem as arquibancadas das novas arenas de futebol e parecem mais preocupados em fazer turismo e curtir outros aspectos do que o jogo em si.

Essa gente incomodada com o uso do celular nos shows devia relaxar e curtir o evento e parar de se preocupar com o que as pessoas ao redor fazem ou deixam de fazer.

No caso de um artista, a regra é mais do que simples: não há show de ótima qualidade que não faça o celular ir parar no fundo do bolso ou da bolsa.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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