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Boogarins e o tesão de estar no palco

Maurício Gaia

08/09/2017 19h08

Por Débora Oliveira, especial para o Combate Rock

O tesão dos Boogarins é estar em cima do palco. Segundo o fotógrafo Pedro Margherito, que os acompanha desde o início de carreira, esse é o barato dos caras. Prova disso foi o show que eles realizaram no Sesc Belenzinho, no dia 25/08. Ao deixarem o palco, o baterista Ynaiã Benthroldo pergunta se não vai ter bis e se ainda dá tempo (o Sesc é conhecido pela pontualidade tanto no início quanto no encerramento dos shows) e, da lateral do palco, pergunta pra platéia se eles querem mais uma e que, se quiserem, precisam pedir. O público responde e eles voltam ao palco, encerrando a noite com "Lucifernandis".

O show, que fazia parte da turnê do EP ao Vivo "Desvio Onírico, é um grato presente para seus fãs. O disco é resultado da última turnê da banda pelo hemisfério norte e traz 4 faixas long version (que, diga-se de passagem, é o modus operandi da banda) de "Infinu" ("As Plantas Que Curam"), "Tempo" e "Auchma" ("Manual") e a inédita "Manchaca", gravadas em Vancouver, Lisboa, Winston-Salem (Carolina do Norte) e Austin (Texas), respectivamente.

Boogarins, no palco do Sesc Belenzinho (foto: Debora Oliveira)

Em uma apresentação que durou show de cerca de 1h30, além das músicas de "Desvio", os Boogarins relembraram alguns de talvez seus já clássicos primeiros dois discos. Comparado aos primeiros shows, o quarteto está bem mais à vontade no palco e montada na frente, a bateria de Ynaiã Benthroldo mostra a importância de sua atuação na banda e comprova a unidade do grupo. Raphael Vaz agora divide-se entre o baixo e modulador sintetizador Moog, presente nas faixas do último álbum, "Lá Vem a Morte". Na metade do show, o guitarrista Benke Ferraz lembra que o show é do "Desvio Onírico" e brinca que apesar de serem somente quatro músicas, o disco é praticamente um LP.

Após o show , em conversa rápida com Benke e Dinho Almeida (guitarra e voz), ambos comentaram sobre a última polêmica envolvendo bandas e artistas da cena independente. Benke acredita na importância de tais denúncias, mas alerta para a responsabilidade que deve haver ao fazê-las; principalmente quando feitas por terceiros. Alvo de uma lista publicada por uma página no Facebook, Dinho comenta que ficou abalado, mas que esclareceu o ocorrido com as partes envolvidas. Admitindo que já agiu de forma errada em diversas situações, garante que está aberto para repensar e discutir, mas não concorda com a forma como o assunto foi exposto. (nota do blog: no mês de agosto, foi publicada em redes sociais uma série de casos envolvendo nomes de integrantes de bandas da cena independente do pais, acusando-os de assédio sexual)

Para quem curte, o vinil de "Desvio Onírico" está sendo vendido exclusivamente nos shows. Com uma tiragem pequena, vale a pena adquirir, tanto para ouvir como para guardar como uma ótima lembrança da banda.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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