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Show de Neal Morse em São Paulo une rock progressivo, religião e muita qualidade

Combate Rock

16/06/2017 16h43

Marcelo Moreira

Neal Morse Band (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Neal Morse é um músico de bem com a vida e nem um pouco preocupado com a sua importância para a revitalização de um subgênero do rock que é constantemente vilipendiado por parte da imprensa e dos roqueiros em geral.

"Gosto de cantar e tocar. Importância? Quero apenas me divertir e divertir o público, mas fico feliz em saber que meu trabalho é apreciado", disse o artista em uma entrevista à revista Classic Rock Magazine anos atrás.

O líder da The Neal Morse Band não é nem sombra do artista angustiado e elétrico que liderava a extraordinária banda norte-americana Spock's Beard nos anos 90. Mais centrado e focado na música, considera-se um mero veículo para a mensagem – e ele dá muita importância à mensagem.

Sua banda atual, com a seminal participação de um gigante, o baterista Mike Portnoy (ex-Dream Theater), tocam em São Paulo no domingo, 18 de junho, com uma característica marcante e diferenciada em relação ao Transatlantic, com o qual tocou na cidade dois anos atrás: uma mensagem positiva, mas que muitos confundirão com pregação religiosa.

Morse, ao lado do irmão Alan, conduziu o Spock's Beard nos anos 90 à liderança de um novo movimento de recuperação do rock progressivo. O neoprog inglês dos anos 80, liderado por Marillion, IQ, Pendragon e Pallas, perdia força na década seguinte e foi aí que os americanos entraram na parada.

O Beard liderou o movimento de resgate, e logo foi seguido pelo Glass Hammer e pelo Magenta, enquanto ganhava apoio do outro lado do Atlântico dos suecos do Flower Kings.

Não é mera coincidência que Neal Morse viria a ser grande amigo de Roine Stolt, o guitarrista dos Kings, tanto que os dois integram o Transatlantic, o supergrupo criado por Portnoy para  exaltar o prog nos anos 2000.

Extremo e intenso, apesar de gentil e atencioso, Neal Morse nunca sentiu inteiramente confortável no mundo do show business e buscou de várias formas preencher o vazio.

Demorou, mas ele encontrou uma forma peculiar – para um roqueiro – de preencher o vazio: a religião. Mergulhado no catolicismo, deu uma guinada na carreira – que quase abandonou. Saiu do Spock's Beard , no qual era o vocalista principal, guitarrista e tecladista, no começo dos anos 2000 para engatar uma carreira solo dedicada à música religiosa.

Ele faz um rock progressivo de altíssima qualidade, às vezes até superior ao da sua banda original, e investe em uma mensagem religiosa pesada, com pregação descarada. E não se importa com as críticas que recebeu por conta disso.

"Minha música é a expressão total de meu pensamento e de minhas crenças. Quem bom que alguém se importe com a minha mensagem, mas quero ser avaliado pela minha obra e minha música", diz o artista.

A guinada pessoal em busca de Deus causou a ruptura no Spock's Beard e quase levou junto o Transatlantic, que hibernou por anos até que Morse completasse a sua conversão e convencesse os companheiros estrelados – Portnoy, Stolt e Pete Trewavas (baixo, integrante do Marillion) de que era possível continuar – e viabilizasse o lançamento dos excelentes álbuns "The Whirlwind" e "Kaleidoscope", nos quais escreveu boa parte das letras.

Quem esteve no show da banda em São Paulo, em fevereiro de 2014, viu o quanto Morse se dedicou à banda e conseguiu impregnar o Transatlantic com sua poesia e sua música cheia de melodia e arranjos de classe, com na bela balada progressiva "Shine", com letra de inspiração religiosa.

O show deste domingo é uma rara oportunidade de ver um artista excelente em uma situação diferente, dentro uma cotexto solo e com conotações religiosas, mas não sectário e massificado.

A apresentação promove o álbum "The Similitude of a Dream", disco lançado no final do ano passado e que sucede o álbum "The Grand Experiment" (2015).

A única apresentação do dream team formado por Neal Morse (vocal/guitarra/teclado – ex-Spock's Beard), Mike Portnoy (bateria – The Winnery Dogs, Transatlantic, ex-Dream Theater), Randy George (baixo – Transatlantic, Spock's Beard, Alajon), Bill Hubauer (teclado – Ten Point Ten) e Eric Gillette (guitarra) no Brasil, acontece, no próximo dia 18 de junho, no Carioca Club, em São Paulo.

O CD duplo "The Similitude Of A Dream" foi inspirado no livro "Pilgrim's Progress", de John Bunyan, cultuada obra de cunho religioso (cristã) da literatura britânica do século 17. O livro conta a história de um homem que busca encontrar a Cidade Celestial. Tanto Neal Morse, quanto Mike Portnoy, tem declarado à imprensa que este é o trabalho de suas vidas.

CLIQUE AQUI PARA LER UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA DE NEAL MORTE AO COMBATE ROCK SOBRE O SHOW EM SÃO PAULO.

SERVIÇO SÃO PAULO

The Neal Morse Band em São Paulo

Data: 18 de junho de 2017

Local: Carioca Club

End: Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – próximo ao Metrô Faria Lima

Hora: 18h30 (open doors) | 20h (showtime)

Imprensa: press@theultimatemusic.com

Evento Fb: https://www.facebook.com/events/704138563100054

Classificação etária: 16 anos (14 e 15 anos: entrada permitida com responsável legal, mediante apresentação de documento)

Duração: Aproximadamente 120 minutos

Estacionamento: nas imediações (sem convênio)

Estrutura: ar condicionado, acesso para deficientes, área para fumantes e enfermaria

SETORES/VALORES:

PISTA – R$ 130 (meia-entrada e promocional*) | R$ 260 (inteira)

CAMAROTE: R$ 200 (meia-entrada e promocional*) | R$ 400 (inteira)

*O ingresso promocional antecipado é válido mediante a entrega de 1 kg de alimento não-perecível na entrada do evento.

Ponto de venda (sem taxa de conveniência – pagamento apenas em dinheiro):

Carioca Club: segunda/sábado: 12h às 20h

VENDA ONLINE (com taxa de conveniência – pagamento em cartão de crédito ou boleto): http://www.clubedoingresso.com/thenealmorseband

Mais pontos de venda autorizados em São Paulo, Osasco, Santo André, São Caetano do Sul, Curitiba e Rio de Janeiro com taxa de conveniência: http://www.clubedoingresso.com/ondecomprar

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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