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Os 50 anos do clássico álbum de estreia do Velvet Underground

Combate Rock

14/03/2017 07h06

Do site Roque Reverso

O dia 12 de março de 2017 marca os 50 anos do álbum "The Velvet Underground and Nico". Clássico e icônico, o disco de estreia do grupo norte-americano The Velvet Underground foi inicialmente um fracasso comercial e mereceu atração não tão grande da crítica especializada, mas, anos depois, foi considerado um dos trabalhos fonográficos mais importantes do Século XX, já que influenciou diversos artistas e bandas.

Não é preciso dizer que a década de 60 é um dos períodos mais produtivos da história do rock e da própria música. Com Beatles, Stones, The Who, Beach Boys e outros tantos nomes do mais elevado quilate, o mundo vivia em constante ebulição criativa em vários campos da arte.

O primeiro disco do Velvet Underground foi uma reunião de músicas experimentais para a época e capazes de influenciar diversas gerações. Para alguns, várias vertentes do rock, como o punk, o som gótico e o próprio rock alternativo seriam diferentes sem este álbum.

Com o novaiorquino Lou Reed sedento e inspiradíssimo em letras perturbadoras para os mais conservadores, o disco não traz um som comercial ou fácil de ser absorvido. Várias audições podem ser necessárias para os gostos mais populares sacarem as inovações do compositor, vocalista e guitarrista.

O colega britânico John Cale também tem participação importante no disco. Musicalmente, o baixista é decisivo desde a concepção das músicas ao lado de Reed como também na adição de instrumentos pouco convencionais para o rock, como a viola de arco e o bandolim.

Entre as canções, Lou Reed traz detalhamentos de certo modo chocantes para a sociedade da época, já que abordava assuntos polêmicos, como o uso de drogas ("I'm Waiting For The Man" e "Heroin"), prostituição ("There She Goes Again") e sadomasoquismo ("Venus In Furs").

A capa do disco é um capítulo à parte, já que, para a população em geral, ficou mais conhecida do que o conteúdo musical do álbum. Idealizada pelo artista e figura maior da pop art Andy Warhol, a arte da capa traz a imagem de uma banana, com um fundo branco.

Andy Warhol não apenas fez a capa, como foi o próprio padrinho da banda e também consta nos créditos como o produtor do disco. Foi ele que também insistiu para que a modelo, atriz, cantora e compositora alemã Nico fizesse parte do disco junto com o Velvet Underground.

Talvez, se não existisse Andy Warhol, a banda teria uma maior dificuldade para estrear com tal alarde. Para alguns, sem ele, o Velvet poderia ficar perdido na história com um grupo menor do que foi. Mas tal conclusão pode ser exagerada, tamanho o talento de Lou Reed e a formação musical de John Cale.

O disco "The Velvet Underground and Nico" aparece em 13º lugar na lista dos "500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos" feita pela revista Rolling Stone.

O álbum também faz parte da seleta lista do livro "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer", de Robert Dimery.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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