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Larry Coryell, o pioneiro que soube unir o melhor de dois mundos que colidiam

Combate Rock

21/02/2017 14h31

Marcelo Moreira

Larry Coryell (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Todo guitarrista persegue obstinadamente conseguir um som característico, seja qual for o gênero musical. No rock e no jazz, então, isso é muito mais exacerbado. Obter um som único e quase inimitável é o principal objetivo de muitos músicos, mais até do que fazer sucesso.

O norte-americano Larry Coryell, fera do jazz, foi um dos poucos gênios da guitarra que conseguiram tal feito, assim como os mestres Wes Montgomery, Django Reinhardt, Joe Pass, Larry Carlton e outros.

Coryell morreu nesta segunda-feira em Nova York, aos 73 anos – a causa da morte não foi revelada. Ele chegou a fazer duas apresentações às vésperas de sua morte: uma na sexta (17) e outra no sábado (18).

Os principais obituários pelo mundo dão conta de que ele foi um dos pioneiros do jazz fusion, no final dos anos 60 e início dos anos 70.

A afirmação é reducionista, pois ele foi muito mais do que isso. Não só revolucionou o jazz, como criou uma nova forma de tocar o instrumento, sendo que o "fusion" nada mais foi do que o resultado disso.

Esnobado por críticos e ignorados pelos grandes promotores de shows, Coryell até admitia, meio resignado, que era "discriminado em alguns meios". Entretanto, dava de ombros para esse menosprezo. "Isso não é importante. Amo jazz e amo tocar, amo criar. Isso é o mais importante", declarou em 2008 ao jornal Folha de S. Paulo.

Elogiado pelo improviso e pelas frases rápidas e cortantes, conseguia unir dois mundos sempre em colisão, pavimentando o caminho para gente como o inglês John McLaughlin, um mago da guitarra, e para combos importantes, como o Weather Report e a própria Mahavishnu Orchestra, do mesmo McLaughlin – isso para não falar da admiração que ganhou de gente como Miles Davis e Billy Cobham.

Coryell fez parte de uma nata de músicos que valorizava mais o conteúdo, embora não desprezasse a forma. A criação em sim era mais importante do que a execução, razão primordial da enorme admiração que despertava. Sua importância para a música é quase imensurável.

 

 

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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