Lady Gaga e rock ganham, mas Metallica sai prejudicado mais uma vez no Grammy
Flavio Leonel – do site Roque Reverso
Algo parece perseguir o Metallica quando o assunto é Grammy. Em 2017, a banda norte-americana de thrash metal saiu, mais uma vez, prejudicada no evento que marca anualmente a premiação mais importante da música norte-americana.
Já na madrugada do dia 13 de fevereiro (pelo horário de Brasília), o Metallica subiu ao palco para celebrar a aguardada performance ao lado da cantora pop Lady Gaga com a execução da faixa "Moth Into Flame". Numa apresentação marcada por falhas inadmissíveis no microfone do vocalista e guitarrista James Hetfield, a maior banda da história do thrash metal colheu mais prejuízos do que lucros.
O resultado para o Metallica foi o oposto do colhido por Lady Gaga. Mestre em aproveitar momentos nos quais todas as atenções do planeta estão voltadas para ela, a cantora norte-americana mais uma vez mostrou seu talento, unindo grande presença de palco, atitude e personalidade.
O próprio rock, num momento longo de baixa em relação a outros estilos musicais, saiu ganhando, pois a performance do Metallica com a cantora, com todos os obstáculos, foi a mais contagiante do Grammy em 2017.
Quanto aos problemas no microfone de James Hetfield, o acontecimento deixou possessos os fãs da banda em todas as redes sociais espalhadas pelo mundo. Considerado o símbolo e coração do Metallica, o vocalista não merecia que o aguardado momento se transformasse em mais um evento relacionado ao Grammy que o grupo vai preferir esquecer.
Ver Hetfield tentando cantar sem sucesso foi quase uma ofensa aos fãs e ao próprio grupo. Com a performance de Gaga e os problemas de áudio, foi como se o Metallica estivesse ali como uma banda de apoio à cantora, minimizando de maneira equivocada o atual momento do grupo, que é simplesmente um dos maiores do rock mundial.
Gaga e James até tentaram cantar juntos no microfone da cantora e amenizar os problemas, mas o estrago para o Metallica já estava feito: a banda perdeu ali a oportunidade de mostrar uma das melhores músicas de seu ótimo novo disco "Hardwired… to Self-Destruct" para o grande público fora do rock que costuma acompanhar as cerimônias do Grammy.
A reação de Hetfield foi notada por todos. O vocalista derrubou propositalmente o pedestal do microfone por duas oportunidades e, no fim da apresentação, arremessou sua guitarra para a parte de trás do palco.
Vale lembrar que, antes do Metallica e Lady Gaga subirem ao palco, a apresentadora esqueceu de mencionar o nome do grupo, empolgada com a cantora.
Bem mais tarde, as notícias que chegaram à imprensa foram de que o cabo do microfone do vocalista do Metallica foi acidentalmente desligado por um auxiliar de palco um pouco atrapalhado.
A coleção de momentos desfavoráveis para o Metallica no Grammy foi ampliada em 2017. Em 2014, a banda prometeu algo espetacular e nunca visto na cerimônia, mas trouxe a execução da tradicional "One", com o pianista clássico chinês Lang Lang, que mais estragou do que ajudou, desagradando boa parte dos fãs.
Em 1989, o Grammy cometeu um de seus deslizes mais contestados depois que a lendária banda Jethro Tull venceu o Metallica na categoria de Melhor Performance de Metal (???) justamente no ano em que o elogiado disco do Metallica "…And Justice For All" bombava em todos os meios do heavy metal, um ano após seu lançamento.
A desforra do Metallica aconteceu no ano seguinte, quando o grupo subiu ao palco da premiação do Grammy para receber o troféu pela Melhor Performance de Metal e o baterista Lars Ulrich agradeceu no discurso a sorte de o Jethro Tull não ter lançado nada que tivesse entrado na disputa do Grammy, provocando risos da plateia e lavando a alma de toda a comunidade do heavy metal.
Se, em relação às performances, o Metallica tem alguns momentos para esquecer, em relação aos prêmios Grammy o saldo é bastante positivo. A banda de thrash metal é uma das mais consagradas do rock pesado, colecionando nada menos que 9 prêmios.
Em 2017, a música "Hardwire" entrou na disputa de Melhor Música de Rock, mas perdeu para "Blackstar", de David Bowie, que levou cinco prêmios póstumos neste ano depois de passar décadas, quando estava vivo, sem ganhar prêmios quando lançou alguns dos maiores discos e músicas da história.
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