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Como o rock pode ajudar a criar ou melhorar o seu negócio

Combate Rock

02/05/2016 09h30

Marcelo Moreira

Seu bar está com problemas administrativos e financeiros? Sua microempresa que produz roupas infantis está no vermelho? Os seus cachorros quentes não vendem mais tanto nas portas das escolas? A solução pode estar na sua banda de rock preferida – portanto, corra para escutá-la e leia sobre a história dela na internet.

Quem percebeu que a trajetória de uma banda famosa pode oferecer dicas de empreendedorismo e administração de pequenos negócios um jornalista com jeitão de nerd, mas perspicaz o suficiente para identificar como os dois mundos são correlatos.

Daniel Fernandes é um apaixonado por rock dos anos 80 e pela banda Pearl Jam, entre outras, e foi um dos fundadores do Combate Rock em 2009, quando este projeto nasceu no extinto "Jornal da Tarde", do Grupo Estado.

Pouco tempo depois, assumiu o comando do projeto "Estadão PME – Pequenas e Médias Empresas", um site especializado dentro do portal Estadão.com.

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Pearl Jam (FOTO: DIVULGAÇÃO)

E foi ali que ele notou que a vida de uma banda de rock poderia mostrar alguns caminhos para pequenas e médias empresas, especialmente após um show de Bruce Springsteen em São Paulo, em 2013, com o público aquém do que deveria – o cantor tocaria no dia seguinte no Rock in Rio daquele ano.

"Foi um show maravilhoso, de três horas e meia no Espaço das Américas, onde cabem 8 mil pessoas. No entanto, foi estranho ver que havia pouco mais da metade da lotação da casa para um artista top, e mesmo assim o comprometimento que ele demonstrou e o alto nível de sua performance mostraram que Springsteen é um artista diferente", diz o jornalista.

Pouco tempo depois nascia o projeto "Como o Rock Pode Ajudar Você a Empreender", ainda embrionário, mas que se transformou em livro e em curso livre de economia e administração. E o Pearl Jam ajudou no processo, já que foi um texto sobre a banda que deu um empurrão para o projeto.

Fernandes, que ainda capitaneia o projeto de empreendedorismo do Estadão, agregou a parceria do amigo e também jornalista Marco Bezzi, do portal R7, mas que também teve longa passagem pelo Jornal da Tarde e pelo Grupo Estado. Os dois assinam o livro que será editado pela editora Saraiva/Benvirá.

Daniel Fernandes (esq.) e Marco Bezzi são os autores do livro e os palestrantes na Fiap (FOTO: DIVULGAÇÃO/ARTHUR FUJII)

Daniel Fernandes (esq.) e Marco Bezzi são os autores do livro e os palestrantes na Fiap (FOTO: DIVULGAÇÃO/ARTHUR FUJII)

"As situações vivenciadas por bandas de rock são as mesmas, ainda que em diferentes proporções, que as de empresas comuns. Afinal, a maioria das bandas com algum nível de sucesso, de uma maneira ou outra, de forma organizada ou não, são empresas", diz Fernandes.

Ele cita casos emblemáticos como o Kiss e o Guns N'Roses, que viveram extremos dentro da música e que servem de exemplos para o curso que será ministrado na Fiap, em São Paulo.

Com um foco bem direcionado para o mercado, o Kiss sempre foi uma usina de produtos licenciados, mas sempre impulsionado por boa música. De caixão a camisinha, de bonecos a chaveiros, a banda vende de tudo e fatura altíssimo, sempre com uma administração com mão de ferro por parte do guitarrista Paul Stanley e do baixista Gene Simmons.

Já a banda de Axl Rose merece atenção por conta das dificuldades de manter a formação e pelas constantes brigas entre os integrantes da formação clássica – fato que, aparentemente, foi superado neste ano, com as voltas de Slash (guitarra) e Duff McKagan (baixo).

KISS FIRST ALBUM

"O Kiss é o exemplo máximo de empreendedorismo exagerado, mas que produz resultados e mostra que seus chefes têm instinto afiado para aproveitar opoerunidades. O Guns demonstra a dificuldade que é manter uma sociedade e o foco do negócio quando os integrantes apresenta divergências inconciliáveis", comenta Fernandes.

Bezzi e Fernandes entrevistaram professores universitários e especialistas em economia e empreendedorismo, além de artistas nacionais com trajetórias que se encaixam no tema que abordam, como Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, e produtores musicais com larga experiência no mercado, como Rick Bonadio.

O livro deve chegar às lojas até o final de maio. Já o curso na Fiap deveria ocorrer no começo de maio, mas foi adiado pela instituição e ainda não tem noas datas. A instituição informa que o curso é destinado a pequenos e médios empreendedores, de todas as idades, iniciantes ou interessados em sair da zona de conforto e começar uma startup.

"Que fique claro: não existe fórmula pronta – esse é um dos mandamentos do empreendedorismo", alerta Fernandes. "O que pode dar certo para uns, naufraga para outros. No entanto, algumas dicas e ensinamentos do rock podem ser bem úteis para quem precisa melhorar seus negócios ou criar o seu. Acredito certamente que o rock pode ser muito inspirador."

Escute aqui o programa de web rádio Combate Rock com Daniel Fernandes:

 

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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