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Pedra lança novo álbum, mas dois integrantes deixam a banda

Combate Rock

25/07/2015 21h37

Dum de Lucca – do site Jukebox

A banda Pedra, de São Paulo, acaba de lançar seu terceiro disco, "Fuzuê". E, ao mesmo tempo, anunciou nas redes sociais e em seu site as saídas dos integrantes Luiz Domingues, o excelente e veterano baixista que passou pela Chave do Sol, Patrulha do Espaço e outros grupos, e o não menos talentoso Rodrigo Hid, guitarrista, vocalista e tecladista, que também tocou em uma formação da Patrulha.

A reação dos fãs e amigos variou desde o espanto, a surpresa e o desânimo. É óbvio que foge ao normal a saída de dois músicos no mesmo instante que se põe no mercado um novo trabalho. Porém, levando-se em conta que "Fuzuê" foi um disco difícil de ser concluído por motivos como problemas de finalização e escolha das canções, podemos constatar que alguns aspectos não andavam bem no grupo.

Não houve briga, mas com certeza ninguém termina uma formação se tudo vai bem. E mais, de acordo com o que foi publicado no site do Pedra, a banda continua. No entanto, sobram perguntas sem respostas, por enquanto.

A ultima formação do Pedra (FOTO: GRACE LAGOA/DIVULGAÇÃO)

A ultima formação do Pedra (FOTO: GRACE LAGOA/DIVULGAÇÃO)

Leia um trecho do comunicado da banda: "Quanto ao futuro, no que estiver ao meu alcance (Xando Zupo) e de Ivan Scartezine, esse capítulo chega ao fim, mas o livro ainda não terminou de ser escrito. Pedra foi idealizado em 2003 após o Zupo & Z Sides; banda é sempre melhor que projeto solo, e Pedra nasceu em 2005 junto à construção do Overdrive Studio e após as cabeçadas em outras breves pré-formações buscando encontrar parceiros para essa jornada. Um novo Pedra poderá ressurgir se encontrarmos outras pessoas talentosas, com força e amor o bastante para continuar fazendo música. Gostaríamos de agradecer especialmente a todos vocês, amigos e fãs do som, por esses dez anos de apoio e desejar toda a sorte e felicidades à Rodrigo Hid e Luiz Domingues".

O terceiro disco do Pedra começou a ser produzido em 2009 após o lançamento do "Pedra II". Nesse período, foram lançados singles e clips em 2010, a banda deu um break em 2011. Retornou em 2012, para em 2015 lançar "Fuzuê", que é composto por um intro, cinco singles lançados em 2010 e seis faixas inéditas.

Sem CD, sem contrato de streaming, mas com o conteúdo disponível para o download aqui –  https://soundcloud.com/pedra-1 -. Quanto à música, que na real é o que importa, o CD tem a mesma pegada de sempre.

Muito dinamismo, alternâncias de andamento, pitadas de variadas influências e sonoridades, e uma execução acima da média para o rock nacional. E importante: a sequência das músicas segue uma história contada pela banda, que não sigo na minha resenha.

"Queimadas nas Larvas dos Campos Sem Fim", "Só", "Mira" (cantada em espanhol), "Cuide-se Bem" (Guilherme Arantes) e "Pra Não Voltar", foram lançadas anteriormente em singles e vídeos, e são biscoitos finos. Dessa leva, temos a força da letra consistente e a visceralidade plural de "Pra Não Voltar", até a sensível e bem construída "Só".

 

Sobre as seis músicas novas, "Amém Metrópolis" tem um viés de MPB suingada, com uma letra politizada. Já "Furos nos Sapatos" é um rock setentista com as conhecidas quebradas que a banda imprime em sua marca, uma guitarra limpa e precisa e uma boa dobra de vocais. Na plácida "Os Teus Olhos" lê-se nitidamente uma fusão de Clube da Esquina e Rock, um aspecto recorrente na música do Pedra. As novas canções trouxeram a banda para sua vocação natural, fugir da mesmice e perseverar atrás de um som único. E, o resultado é exatamente esse. O naipe de metais de "Luz da Nova Canção" caiu bem e é muito bem amparado pela guitarra sutil. Uma balada que, de novo, confirma a vocação para fazer música sem rótulo. "Segunda-Feira" destoa um pouco do conteúdo, achei um pouco fria musicalmente, apesar da boa lírica de sempre. E, terminando o CD, "Abstrato Concreto" possui uma letra forte, sonhadora, intuitiva, e a ótima guitarra de sempre, rasgando a canção. Boa para tocar no rádio! Apesar do inusitado, lançar um CD e a saída de dois integrantes, a banda Pedra entrega um CD que mostra evolução e transpiração.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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