Intolerância e preconceito
A onda de intolerância que varre o Brasil (e o mundo?) não deixa ninguém imune. E pior, para desqualificar o argumento contrário, vale-tudo. Semana passada, Marcelo Moreira escreveu post comentando que entre os ataques sofridos pelo deputado Eduardo Cunha, tem gente acusando também, ou melhor, de fazer o que faz, por ser (ou ter sido, ou dizer que tinha sido, não sei) "roqueiro".
Como bem apontou meu parceiro de Combate Rock, temos motivos e mais motivos para questionar a conduta do presidente da Camara dos Deputados. Mas acusá-lo de ser "roqueiro", convenhamos é risível. Do mesmo jeito que é um absurdo acusar artistas que se engajaram na campanha contra a maioridade penal de serem isto ou aquilo por serem funkeiros.
Tem circulado no Facebook (incrível como as redes sociais tem um enorme poder de caixa de ressonância para amplificar intolerância e preconceito) um texto primário, onde o autor faz uma conexão esquisitíssima entre o método pedagógico Paulo Freire, funk, criminalidade e, claro, o partido que está no governo federal.
Ser a favor ou contra a redução da maioridade é um direito de qualquer cidadão e expressar sua opinião também é livre, assim como o debate, saudável. A questão é reduzi-lo a argumentos preconceituosos, ligando o gênero a ações criminosas.
Além de preconceito, argumentos assim expõem a ignorância ou falta de memória sobre as origens do rock, jazz e blues. Sempre bom lembrar que, assim como o funk, estes estilos estiveram, em seu princípio, ligados a gente oriunda de classes sociais mais desfavorecidas. Associar funk carioca e seus admiradores à criminalidade demonstra preconceito e primariedade.
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