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Robert Plant esbanja qualidade e sacia fãs do Led Zeppelin

Combate Rock

31/03/2015 16h58

Flavio Leonel – do site Roque Reverso

Maior atração do rock de todo o Lollapalooza 2015, Robert Plant fez um grande show no primeiro dia do festival que aconteceu entre os dias 28 e 29 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Para uma plateia que trazia um público marcado por várias idades, mas predominantemente jovem, o eterno vocalista do Led Zeppelin saciou os órfãos da lendária banda britânica e, de quebra, trouxe uma apresentação que foi marcada pela grande qualidade de seu talentoso grupo atual de apoio: The Sensational Space Shifters.

Na abertura do show de cerca de 80 minutos, Plant atacou logo de cara com uma música do Zeppelin.

"Babe I'm Gonna Leave You", do disco de estreia da banda britânica, ganhou a plateia, apesar da roupagem diferente, que também seria adotada para outras canções da noite.

A banda The Sensational Space Shifters traz músicos com instrumentos além do que se considera tradicional para bandas de rock, como o violino de uma corda só de origem africana tocado por Juldeh Camara. Destaque também para guitarra encorpada tocada por Justin Adams, que empolgou bastante o público presente.

O disco mais recente de Plant foi gravado com a Sensational Space Shifters: "Lullaby and the Ceaseless Roar", de 2014. Foram dele a segunda e a quarta músicas da noite: "Rainbow" e "Turn It Up", respectivamente, que serviram para complementar os clássicos do Zepellin.

Obviamente, quem vai a um show de Robert Plant espera músicas da lendária banda britânica. E não há momento alternativo que explique algo diferente para um festival.

Com isso, Plant, que não é nenhum pouco bobo ou estraga prazer, tratou de seguir o script recomendado, mesmo com a tal roupagem nova para algumas das músicas. "Black Dog", por exemplo, não perdeu toda a essência, mas veio um pouco diferente, sem, no entanto, desagradar.

FOTO: DIVULGAÇÃO

FOTO: DIVULGAÇÃO

"Going to California" talvez tenha sido a que mais ficou parecida, até porque inventar muita moda nesta canção poderia ser um jogo perigoso. Não por acaso, foi o momento do show que mais fez a plateia viajar no tempo.

Robert Plant no Lollapalooza 2015 – Foto: Divulgação LollapaloozaRobert Plant no Lollapalooza 2015 – Foto: Divulgação LollapaloozaRobert Plant no Lollapalooza 2015 – Foto: Divulgação LollapaloozaRobert Plant no Lollapalooza 2015 – Foto: Divulgação Lollapalooza

Importante destacar que houve momentos de vazamento de som vindos de outros palcos justamente nos períodos nos quais o show de Plant contou com músicas mais calmas. Foram momentos curtos, mas foi estranho isso acontecer, dada toda a propaganda dos organizadores sobre os palcos afastados justamente para evitar este problema.

Houve espaço na apresentação também para as canções "Spoonful", de Willie Dixon, e "Fixin' to Die", de Bukka White, bem como para "Little Maggie", também do disco novo com o Sensational Space Shifters. Mas o que ficou marcado de maneira mais forte foram mesmo as músicas do Led Zeppelin.

"Whole Lotta Love" foi a que mais mexeu com a plateia. Mesmo com trechos com nova roupagem, foi ela que fez muita gente dançar e pular como nos bons e velhos shows de rock n' roll.

Depois de uma brevíssima parada para um descanso, Plant e a banda ainda presentearam no bis com nada menos que "Rock and Roll". Para quem ainda não havia visto o vocalista em carne e osso, foi mais um daqueles momentos para contar para filhos e netos.

Simpático do início ao fim com o público, Robert Plant se despediu e cumpriu sua missão com qualidade no Lollapalooza. Se o festival de 2015 chegou a ser criticado pelo público do rock por causa do formato mais pop e eletrônico que o de outras edições, o representante do Led Zeppelin estava ali tal qual um antídoto.

Set list

Babe, I'm Gonna Leave You
Rainbow
Black Dog
Turn It Up
Going to California
Spoonful
The Lemon Song
Little Maggie
What Is and What Should Never Be
Fixin' to Die
Whole Lotta Love

Rock and Roll

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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