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Brasileiros e Korzus salvam Metal All Stars de fiasco em SP - parte 2

Combate Rock

26/11/2014 12h01

Thiago Rahal Mauro – especial para o Combate Rock

FOTOS: THIAGO RAHAL MAURO

Depois das apresentações brasileiras, finalmente o momento que os fãs esperavam chegou. David Ellefson (baixo, Megadeth), Ross the Boss (guitarras), Rodrigo Oliveira (bateria, Korzus) e a vocalista Kobra Paige entraram no palco com "Kings of Metal", clássico do Manowar. Kobra não é tão conhecida no Brasil e tentou animar o público, mas não teve muito sucesso. A coisa piorou quando resolveram tocar uma versão muito mal ensaiada de "Fear of the Dark", do Iron Maiden. Experiente, Ross the Boss se perdeu em várias partes da introdução e se não fosse Rodrigo Oliveira o cover sairia ainda pior.

Muito menos a excelente "Hail And Kill" foi suficiente para animar o público, que esperava mais dos artistas internacionais. David Ellefson salvou a primeira formação da noite com "Symphony Of Destruction", do Megadeth, mas graças ao público que cantou boa parte do refrão e animou a todos.

O line-up da sequência prometia ser o melhor da noite, pois contava com músicos como Vinny Apice (bateria), Geoff Tate (vocal) e Kiko Loureiro (guitarras). Só que a falta de ensaio deixou tudo um desastre total. Começaram suas participações com "Neon Knights", e Tate errou parte da letra o tempo todo. Ao menos, o vocalista não fez feio na questão técnica como em shows recentes, porém o pior estava por vir.

O cantor Geoff Tate

O cantor Geoff Tate

Errar um cover é até aceitável, mas Tate errou a introdução inteira de "Jet City Woman", música do Queensryche e um clássico da banda. Para músicos tarimbados como estes, errar de maneiras tão evidentes foi desastroso e deu a entender que estavam ali apenas pelo dinheiro.

James Labrie, vocalista do Dream Theater, se saiu melhor do que seus companheiros, mas somente em "Pull Me Under", já que na faixa "I Got You" a banda que o acompanhava também escorregou em vários momentos. De novo, ensaio e planejamento são super necessários para eventos como este. Em seguida, Max Cavalera fez a melhor jam da noite com clássicos do Sepultura, Soulfly e Motorhead. Pude presenciar várias rodas em "Roots Bloody Roots" e no eterno clássico "Ace Of Spades". Max mostrou porque é um dos melhores e mais carismáticos músicos que o Brasil já exportou para o mundo do Metal.

Após 20 minutos de espera, Zakk Wylde foi o encarregado de fechar a noite. O que tinha tudo pra ser histórico, se tornou chato e cansativo graças a insistência de Zakk em solar o tempo todo. A cada música iniciada pela banda composta por Blasko e Vinny Appice o guitarrista ia para o centro do palco e começava a solar. Com isso, o público ficou quieto o tempo todo e mal agitava. Menos mal que desta vez a banda estava ensaiada e tocou com perfeição "Into the Void", "Fairies Wear Boots", "N.I.B.", "Snowblind" e "War Pigs".

O soldo final do evento Metal All Stars foi negativo. Pontos a serem melhorados pela produtora. Horário ruim para o público que teve que sair do Espaço das Américas quase as quatro da manhã, detalhe, sem transporte público disponível. Integrantes da banda principal cancelando suas participações e falta de respeito com o público pelos membros remanescentes com a falta de ensaio. Poderia ter sido histórico? Poderia, mas não foi, infelizmente.

Max Cavalera, do Soulfly e ex-Sepultura

Max Cavalera, do Soulfly e ex-Sepultura

METAL ALL STARS – SET-LIST:

– Kings of Metal (Manowar)

– Fear Of The Dark (Iron Maiden)

– Hail And Kill (Manowar)

– Symphony Of Destruction (Megadeth)

– Neon Knights (Black Sabbath)

– Jet City Woman (Queensryche)

– I Got You (James Labrie)

– Pull Me Under (Dream Theater)

– Roots Bloody Roots (Sepultura)

– Eye For An Eye (Soufly)

– Ace Of Spades (Motorhead)

Bis

– Into The Void (Black Sabbath)

– Fairie Wear Boots (Black Sabbath)

– N.I.B. (Black Sabbath)

– Snowblind (Black Sabbath)

– War Pigs (Black Sabbath)

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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