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Morre Jack Bruce, o grande baixista do Cream

Combate Rock

25/10/2014 19h17

Marcelo Moreira

Arrogante, instigante, persistente, autoconfiante, autossuficiente, bocudo. Esses e vários outros adjetivos podem ser aplicados ao escocês Jack Bruce, baixista de formação erudita que se tornou um dos maiores instrumentistas da história do rock e do blues. Parceiro de Eric Clapton no fantástico Cream, chegou a rivalizar com John Entwistle, do Who (que virou seu amigo nos anos 70) como o melhor baixista do rock. De saúde frágil, o músico resistiu bastante, mas morreu neste sábado, na Inglaterra, aos 71 anos.

A morte foi causada por problemas no fígado, embora a doença específica não tenha sido divulgada. Bruce passou por um transplante de fígado em 2003. Em comunicado publicado na página do artista na internet, os familiares comentaram sobre a morte.

"É com grande tristeza que nós, a família de Jack, anunciamos a morte de nosso amado Jack: marido, pai, avô e lenda. O mundo da música será um lugar mais pobre sem ele, mas ele vive em sua música e eternamente em seus corações", disse o texto.

Sua agente, Claire Singers, acrescentou em reportagem da agência de notícias Reuters, que Bruce morreu "rodeado de sua família" em sua casa do condado inglês de Suffolk.

FOTO: DIVULGAÇÃO

FOTO: DIVULGAÇÃO

 

Rebelde e genioso, mas talentosíssimo, Bruce, que nasceu em Glasgow, começou a tocar baixo quando era adolescente, após ter aulas de violoncelo e clarinete, e deixou a escola de música porque não era permitido que tocasse jazz.

Decidido a tocar jazz em Londres, chegou à cidade no início dos anos 60 e tocou blues com grandes mestres, como Alexis Korner, Cyrill Davies e John Mayall.

Apesar do mau humor por ter de se dedicar mais ao blues do que ao jazz para ganhar um pouco de dinheiro, logo se tornou referência na cidade aos 20 anos, o que fez com que fosse quase "obrigado" a entrar na Graham Bond Organization, grupo de rock de relativo sucesso no underground londrino, mas que tinha muito de jazz em suas longas improvisações.

Entretanto, o dinheiro era curto e decidiu encarar o rock pesado do Cream ao lado de Clapton, em 1966, e tendo que aturar o desafeto Ginger Baker na bateria, com quem tocou em outras bandas. Mesmo nos 40 anos seguintes, tocando em vários projetos, baixista e baterista nunca deixaram de se odiar, apesar do respeito musical mútuo.

O Cream foi um estouro mundial, mas durou somente dois anos. Nos anos 70, manteve uma carreira solo respeitada com base no jazz e no blues, além de tocar com vários dos astros do rock.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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